sábado, julho 04, 2009

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Live at the Quick - Béla Fleck & The Flecktones


Bem, o que dizer deste registo...Os aplausos de boas-vindas do público, deixam antever o entusiasmo e diversão que se vai criar entre audiência e artistas. Interrompida pelo som do oboé de Paul Hansson e dos saxofones de Jeff Coffin e de Paul McCandless, a plateia vai-se preparando para aquilo que se viria a tornar um arraial de porrada de excelência musical. Misturando bluegrass (ou newgrass para os mais afoitos), através do banjo de Béla Fleck, com o jazz dos saxofones e do baixo do virtuoso e imbatível Victor Wooten, adicionando uma pitada de sonoridade oriental pela voz de Kongar-ool Ondar e pelo tabla (conjunto de intrumentos de percussão) de Sandip Burman, o conjunto vai contar ainda com a ajuda de Andy Narell nas panelas de aço, e do bizarro baterista Future Man. Existindo também a edição em DVD, que desde já recomendo, este é um álbum que para os fãs de new-jazz (mas não só) será sem dúvida obrigatório conhecer. É que no conjunto figuram artistas que são considerados os melhores do mundo no que fazem. E essa é desde logo a premissa para um banquete para os sentidos.

Num ambiente de muita festa e alegria musical os Flecktones vão debitando enormidades como a Earth Jam, Hall of Mirrors, ou a lindíssima Big Country. Dando ainda espaço ao virtuosismo individual de cada músico, o ouvinte vai testemunhando as potencialidades de cada instrumento, levados por vezes a um limite quase inconcebível, para depois se notabilizarem num entrusamento perfeito entre cada um, possibilitando uma reunião de gigantes, naquele que foi um momento raro e precioso no mundo da música.

Em suma, Live at the Quick é muito mais do que um álbum ao vivo. É uma festa de arromba!

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Pop - U2


Eu sei...Um top que começa com um álbum dos U2 não pode dar em coisa boa. Uma razão muito forte para o incluir é pela influência que exerceu na minha minha vida – e no meu ouvido- no sentido de ouvir guitarrada. Foi o único álbum que tive (gravado em cassete a partir do cd original do meu irmão mais velho) durante 2 anos(!), antes de me arranjarem o Version 2.0, dos Garbage. Numa altura em que não tinha computador nem havia internet pra sacar álbuns ilegalmente, foi este o álbum com que tive de me contentar durante boa parte da minha adolescência. Mas chega de mim e vamos ao álbum.

Descrito pelo guitarrista The Edge como o álbum menos à U2 (talvez seja por isso que gosto dele...), Pop foi o álbum menos vendido deles, sendo considerado pela maioria como o maior tropeção artístico da banda. Pessoalmente, acho que é o trabalho mais bem conseguido. Consegue criar uma simbiose bem sucedida de rock com tecno e electrónica, transportando o ouvinte para um ambiente ofuscante, confuso, nevoeirento à la Twilight Zone. Sai em 1997, sendo o 9º registo dos músicos.

Abrindo com uma Discothéque que nos transporta para a new wave britânica dos anos 80, com a agressiva Mofo e a mélodica Staring at the Sun, da triste If God Will Send His Angels até à profética Last Night on Earth, a promíscua Playboy Mansion ou a suplicante Wake Up Dead Man, o álbum possui um corpo e uma sonoridade fatalista que urge ser ouvida com mais respeito e deferência do que a que teve.

É certamente a criança mal amada da obra da banda, mas é a única que merece o meu total respeito artístico, pela audácia com que foi criada, logo a seguir desbaratada pela crítica musical, que a não compreendeu. Se os U2 tivessem sido mais firmes no passo que deram ao fazerem o álbum, ao invés de se vergarem à vontade dos fãs e da crítica, e prosseguissem com o rumo que estavam a tomar, talvez os víssemos com outros olhos nos dias de hoje. Fica o registo de um LP que dá algo mais ao bafiento, sonolento e monótono trabalho geral dos irlandeses.

domingo, junho 28, 2009

Top Álbuns

Nos próximos tempos farei uma lista daqueles que considero serem os meus álbuns favoritos. Os factores que decidirão essas preferências não serão apenas os de qualidade, muito menos os de preferência por esta ou aquela banda. Aquilo que realmente pauta esta tabela de álbuns que organizarei será o quanto me marcou cada álbum, ou cada momento decisivo na minha vida que conheceu o acompanhamento deste ou daquele registo musical. Por outras palavras, há álbuns que marcam a vida de uma pessoa. Estes são os que marcaram a minha.

quarta-feira, outubro 10, 2007

In Rainbows

Ando a trepar paredes do quarto e a bater a desconhecidos no meio da rua. O "In Rainbows" dos Radiohead já saiu e já dá que falar, uma vez que revolucionaram a indústria musical ao oferecer o álbum pela net ao preço que o consumidor designar. Para muitos, o ínicio do fim da indústria, os Radiohead marcam mais uma vez o seu espaço fora dos palcos e dos phones. O álbum está óptimo e ouso dizer que é o mais bonito e tocante de todos. Ouçam-no muito!!!

terça-feira, fevereiro 06, 2007

para variar...

Se a beleza tivesse nome, chamar-se-ia Monica Bellucci...




segunda-feira, janeiro 29, 2007

Smashing Pumpkins - Soma

Que venha mais disto pro próximo álbum...espero eu...

quarta-feira, janeiro 24, 2007

Regresso

Tive, por razões pessoais, de me afastar deste projecto durante algum tempo. Volto contudo, revigorado, cheio de ideias para partilhar, debater, rebater, enfim, a conversa do costume. Dado que o último post está impregnado de críticas nacionais, decidi voltar-me lá para fora. Falemos portanto da música internacional. Inerente à natureza humana, temos todos uma tendência para dramatizar, para dizer que isto vai de mau pra pior. Serenemos. A coisa não vai assim tão mal quanto isso. Se fizermos uma retrospectiva aos últimos tempos constataremos que houve um significativo lançamento de excelentes álbuns. Note-se que houve muita merda que saltou para as prateleiras e manchetes dos media muisicais. Vicissitudes da indústria, é o que é. Mas enfim, uma boa colheita, no fim de contas, diria eu. Temos o "10.000 days" dos Tool, esses meninos mágicos; o "Eraser", do Thom Yorke, que apesar de não gostar lá muito foi outro álbum aclamado pela crítica; "Revelations", o mais recente dos Audioslave, aparentemente desiludiu. Não por ser de fraca qualidade mas por, segundo muitos, ser mais do mesmo. Falo por mim, tenho um amor do caraças pela música destes gajos, não me canso deles, à semelhança dos Pearl Jam, que por acaso lançaram o seu álbum homónimo no ano transacto. The Killers é que aparentemente desiludiram. Numa tentativa de emancipação musical acabaram por abandonar a receita que lhes conferiu sucesso - as lenga lengas que ficam no ouvido. É pena. Talvez se remedeiem no próximo trabalho. Numa onda mais comercial The Kooks fizeram lembrar a efervescência que os Blur trouxeram no seu tempo com música leve e bem disposta, ainda para mais com a aparente rivalidade para com os Razorlight, à semelhança de Damon Albarn com o Noah Gallager, dos Oasis. E falando nos Blur, aguarda-se o seu novo trabalho, ao que parece anunciado recentemente. Veremos o que nos traz este aguardado regresso...e já agora dos Smashing Pumpkins e Pixies, que também estão à beira de arrombar os nossos ouvidos com novas cenas. A ver...


Sei perfeitamente que ficou muita coisa por mencionar. Mas deixo ao leitor a liberdade de acrescentar o que quiser, ou de fazer algum reparo. Inté!

terça-feira, setembro 19, 2006

Causa desesperada

Um pensamento tem-me ocorrido ultimamente. Porque será que, ao contrário do que acontece no estrangeiro, não existe uma cena musical em qualquer cidade portuguesa? Vários factores enclausuradores de uma possível explosão musical ocorreram-me. Senão vejamos:

1º Não existe uma cultura musical de qualidade, nomeadamente na vertent do rock. Dir-me-ão talvez que temos os Xutos...Por amor de Deus, ok que todos gostamos da "Maria", ou "Contentores", mas comparar a complexidade e qualidade musical que estes tipos têm a algumas bandas inglesas ou americanas dos anos oitenta, é não só fútil, como também ridículo. Alguém me arranja uma "Love Will Tear Us Apart", uma "Where is my Mind", ou uma "Charming Man", no repertório dos Xutos? Bem me pareceu...

2º A indústria musical portuguesa parece teimar em promover bandazinhas da TV, ou rodar constantemente os artistas de sempre, como o Sérgio Godinho, Jorge Palma, ou Rui Veloso. Tudo bem, estes tipos são muito bons. Mas devemos ceder espaço a novas correntes e experiências, a bandas que não se apresentem no formato comercial e estandardizado.

3º Quando é que os músicos se vão convencer que estamos em Portugal e devemos cantar em português? Depois dos Silence4 (uma das piores cenas que por aí andou, tentativa de recriar Pearl Jam, mas com músicas ainda mais do isqueiro...) o pessoal convenceu-se que cantar em inglês é que é! A minha única explicação é que esses tipos sonham um dia ter promoção internacional, coisa que a língua inglesa facilitaria. Ouçam meninos, os que ainda são mais conhecidos lá fora cantam em português, como a Mariza, Madredeus, Clã, ou a Amália. Por isso ganhem juízo e maturidade e cantem na nossa língua que assim é que vos entendemos...

4º O país de merda em que estamos caracteriza-se pela ignorância geral do povo. Ele é burro, não quer melhorar e pior, cheira mal. O estado de letargia que se estende por esse país fora é talvez a principal causa de entrave a tipos que se querem evidenciar pela originalidade e qualidade. Para tal, é necessária preserverança e coragem, porque muito dificilmente se fazem ouvir. Depois a aceitação é complicada. A maioria da carneirada só quer ouvir D'zert (quando adolescente), ou Tony Carreira (depois do casamento com o Ti Manel) e quando ouve cenas mais rebuscadas diz logo que é prá malta da pesada, da droga, ou prós espertos...

5º Foda-se, quando é que as editoras ganham tomates pra andar com isto prá frente? Há pessoal por aí fora com uma qualidade dos diabos que ninguém ouve falar. Cito por exemplo The Reckless, Mad Dogs, ou Sr. Acaso. Estes tipos são do melhor que já ouvi por cá, e estão há altura de muita cena lá fora!Abram os ouvidos e apostem seus cobardes!

6º Por último, gostaria de citar aquela que foi para mim a melhor banda portuguesa de sempre: os Ornatos Violeta. Cantam em português, são originais, emancipancionistas e não têem medo de apostar alto! Ponham os olhos nestes gajos!



Pessoal, não acham que seria do melhor termos uma inesperada cena musical nalguma cidade deste cantinho à beira mar plantado? Então peguem nas vossas merdas e ponham-se ao trabalho, porque a música pode ser um dos principais impusionadores sociais e culturais que nos tirariam desta fossa intelectual em que o país está mergulhado...